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O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A trajetória de um pesquisador

Divulgo neste espaço de Cultura, com muito orgulho e felicidade, um comentário postado por uma grande pesquisadora do Cangaço, a advogada Juliana Ischiara, do Quixadá/CE, fazendo um elogio ao livro de minha autoria Lampião, a trajetória de um rei sem castelo
São comentários feito este que fazem a gente seguir sempre em frente, com coragem e responsabilidade, nos estudos e na pesquisa histórica das heranças do nosso povo!
Obrigado, Juliana!
“Cultura é como uma lente através
 da qual o homem vê o mundo”
Tuth Benedict

O historiador francês, Marc Bloch, em sua obra Introdução à História, nos ensina que a história, além de tudo que pode nos proporcionar, é sedutora, nos diverte. E, para ele, se ela fosse incapaz de nos oferecer outros benefícios, seria possível alegar ao menos que ela nos distrai.
Mas, por que iniciar uma crítica ou análise de um livro, buscando referências nessa visão intimista e despretensiosa de Marc Bloch? Estaria com isso negando à história sua auréola de velha amiga e mestra da vida, de ferramenta ideológica de grandes transformações, de ciência do passado humano?
Não, longe de mim por em descrédito tão relevante e saborosa criação humana. Pois, como já afirmou o próprio Bloch, a história “tem prazeres que lhe são próprios, que não se assemelham aos de nenhuma outra disciplina. É que o espetáculo das atividades humanas, seu objetivo particular, é, acima de qualquer outro, de natureza a seduzir a imaginação dos homens”.
Creio que diante desse “espetáculo das vidas humanas” Paulo Moura não se fez de rogado. Como um investigador instintivo, característica básica dos historiadores, tendo como esteios uma natureza erudita e o comprometimento com seu tempo, Paulo se propôs a fazer emergir da poeira do tempo e da vastidão informe e palpitante do passado, a trajetória de um rei sem castelo.
Lampião, a trajetória de um rei sem castelo denota bem a posição sociológica e metodológica do autor, que reconhece as limitações de sua condição de pesquisador em sua trajetória investigativa nas pegadas de um rei andarilho. Avaliando e reavaliando comportamentos, não só dos cangaceiros malfeitores, mas de um Estado que em muitos momentos agiu de forma tão ou mais criminosa que os malfeitores caçados.
Demonstra, na prática, sua metodologia calcada em muitas leituras e pesquisas, adquirida ao longo dos anos e em suas andanças pelas veredas percorridas por seu objeto de pesquisa, caminhos estes percebidos por mim ou por qualquer leitor atento à leitura. O livro não tem uma formatação luxuosa, não é uma leitura que exija um conhecimento técnico, capaz de entender palavreados rebuscados. É conciso e direto, resultado percebido nas obras feitas com humildade, intuição e muita transpiração.
O historiador inglês Edwar Hallet Carr em sua instrutiva obra O que é história? afirma que “o historiador é necessariamente um selecionador”. E foi exatamente essa consciência que tive do autor, clareza e honestidade metodológica. Por ter lido outros pesquisadores do tema, percebo que Paulo Moura nos ofereceu um trabalho excelente.
Quando iniciei a leitura, a primeira pergunta que me veio foi: Ele é historiador por formação acadêmica?
Mas, é preciso reconhecer, que a ciência histórica tem auferido muitos benefícios ao cidadão comprometido e entusiasmado com o “espetáculo das atividades humanas”, que nos legaram preciosidades documentais inestimáveis do tesouro do tempo, e que em muitos casos, o diploma acadêmico mais lustroso não possibilita ao seu titular, tamanha sagacidade e dedicação.
Não falo apenas como leitora assídua e encantada pelo tema cangaço, mas também como historiadora, que este livro é um repositório magnífico de um tempo, de uma cultura, ...“Lampião forçou, embora involuntariamente, o sertão a mudar. Estradas tiveram que ser construídas, pois o “Homem” precisava ser alcançado. Escolas foram erguidas, a fim de conter e educar os futuros lampiõezinhos que nasciam a cada momento naquele sertão “(Paulo Moura).
Enfim, não tenho dúvida de que este livro entra para lista dos mais bem escritos sobre o assunto em questão, não só pelo tema em si, mas por tratar do estrutural e do conjuntural, das elites e do povo, do antigo e do novo, do público na figura do Estado e no privado na figura dos poderosos.
            Criticar, analisar o que está feito é bem mais fácil do que pôr a cara a tapa. Penso não ter competência para criticar uma obra literária, porém como leitora me é facultado o direito de opinar acerca do que leio. E sendo assim, parabenizo o autor por seu trabalho.
Juliana Pereira Ischiara
Quixadá 27 de março de 2009

3 comentários:

  1. Caro Paulo Poeta Moura, concordo plenamente com a moça que escreveu o artigo, excelente!!! Muito sabida, inteligente, deve ser um doce de pessoa, além bem humorada,... rsrsrsrsrs

    Juliana Ischiara

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  2. Você acertou em cheio!! ela é um doce de pessoa sim!! Muito inteligente... e ainda é bonita!! pense!! rsrsrsss

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  3. Caro Cordel, vosmicê só esqueceu de dizer o quanto a moça é tranquila e modesta... rsrsrsrs

    Juliana Ischiara

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