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Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

domingo, 6 de dezembro de 2009

OLHA O CORDEL!!!!

Vejam que Obra de arte dos poetas Vinicios Gregório e Bras ivan!!


De onde nasce o meu verso

Meu verso nasce enrolado
Num tronco de marmeleiro,
Vai sugando a sua seiva,
Adquirindo o seu cheiro,
Depois de um mês ninguém sabe
Quem foi que nasceu primeiro.

Meu verso nasce ligeiro,
Basta surgir um motivo...
Como o capim que, na seca,
Parece morto, inativo,
E no primeiro sereno
Demonstra o verde mais vivo!

Meu verso nasce cativo
Das regras da cantoria...
Quando cresce toma forma,
Consegue sua alforria,
Depois de livre engravida
E pare mais poesia.


Nasce sem sabedoria,
Mas sabe falar em tudo...
Erra muito o português,
Mas é rico em conteúdo,
Que um verso pra nascer bom
Não é necessário estudo!

Meu verso nasce miúdo
Como a nascente de um rio,
Mas se encontrar outro verso
Que tenha o mesmo feitio,
Lava o roçado da alma,
Transforma tudo em baixio...


Meu verso é filho do CIO
Que tenho constantemente,
Desejando INSPIRAÇÃO
Pra transar com minha mente
E dessa “transa” sair
Outro filho do repente...

 Terra molhada e semente,
No mais fecundoso enlace,
Um doce pranto escorrendo
Por entre as grotas da face,
São, de certo modo, iguais
Ao verso meu quando nasce.


Não tem discórdia ou impasse,
Meu verso flui sem maldade.
É fruto dos sentimentos
Que têm mais sinceridade:
Alegria, paz e amor,
Tristeza, dor e saudade!!

Quando a inspiração invade
Com violência o meu peito,
Submete o coração
O deixa ao amor sujeito,
Rasga a veia do improviso
E versos nascem de eito.


É nesse instante perfeito,
Que o coração sofredor,
Fica totalmente isento
De partículas de dor
E o verso sai Leve e solto
Quando eu vou falar de amor!

Se os ventos do dissabor
Deixam meu peito disperso,
Passam pela minha alma
Virando tudo ao inverso...
Deus manda um vento de rima
Pra transformar tudo em verso.


Fico, às vezes, submerso
Nas águas das agonias,
Vendo um mundo desumano
Cercado de hipocrisias...
E tento agüentar a vida
Com pitadas de poesias.

São muitas as ventanias
Que inflam as minhas velas.
No barco da minha vida
Enfrentei muitas procelas...
Depois de um tempo aprendi
A fazer versos com elas.

 


Eu ando abrindo cancelas
Só por saber versejar...
Tendo versos na bagagem
Eu entro em qualquer lugar.
Onde a poesia não entra,
Nada mais consegue entrar

Nasci sem saber rimar,
Pois ninguém nasce sabendo,
Mas quando vi meu sertão
Com a seca padecendo,
Vi misturado ao meu pranto
Um verso novo nascendo


Meu verso vem florescendo,
Devagar e em linha reta...
Vai ganhando corpo e forma,
Deixa minh’alma completa,
No fim do verso eu me orgulho
De ter nascido poeta!

Minha mente só se aquieta
Depois que pare um repente,
Enquanto não pare fica
Mandando, insistentemente,
Telegramas de improviso
Pro meu subconsciente.


Feito água na nascente
Meu verso vive jorrando...
Ele está pronto na mente
Assim que vou começando.
E quando eu termino um verso,
Outro já vem se formando.

Até quando estou sonhando
Com mar, montanha e relevo;
Quando me pego indeciso
Se devo amar ou não devo;
Eu sou encontro respostas
Nos muitos versos que escrevo.


Nas folhas brancas transcrevo
As falas do coração...
E quem quiser parir verso,
Eu dou minha sugestão:
Ame alguém, sinta saudade,
Ou passe um mês no Sertão!!

Brás e Vinícius

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