Quem Somos

Minha foto
Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

segunda-feira, 28 de março de 2011

Luto: Morre Luiz de Cazuza, um remanescente da época de Lampião.
















É com muito pesar que venho informar aos amigos, o falecimento do Sr. Luiz de Cazuza, da Fazenda São Miguel, Serra Talhada.
Luiz de Cazuza era pai do escritor e membro da UBE-PE José Alves Sobrinho, entre tantos outros filhos ilustres.
Cazuza se foi para a eternidade aos 100 anos, 6 meses e 27 dias, após sofrer de complicações respiratórias, o que o deixou internado por mais de 15 dias.
Com uma saúde de ferro e uma memória extraordinária, "Seu" Luiz de Cazuza, - que era nada mais nada menos que o sobrinho do maior inimigo de Lampião, José Alves de Barros, ou José Saturnino das Pedreiras - representou para muitos pesquisadores do tema cangaço, um verdadeiro arquivo vivo.
Suas histórias e narrativas falando do tempo em que o Cangaceiro Lampião esteve nas suas terras quando ele era ainda um garoto de 16/17 anos, nos fascinou por anos e anos, quando íamos ao seu encontro para entrevistá-lo na Fazenda São Miguel, onde morava, e ele, com riqueza de detalhes e uma memória invejável nos contava em pormenores como se deu os seus encontros com Lampião e seu bando. Encontros estes que não foram regados a bala nem facão, e sim a queijo e rapadura (o cangaceiro ordenou que Luiz buscasse para o bando alguns pedaços de queijo e algumas rapaduras. Luiz, que não era doido de não ir buscar, trouxe o mantimento, no que Lampião o pagou regiamente.
Em setembro de 2010 celebraram o centenário de Luiz de Cazuza, na fazenda São Miguel, Serra Talhada.
Um mês antes eu estive com ele em sua casa onde almoçamos e proseamos um bocado. Nesse dia, a unica coisa que Luiz se queixava era de uma "canseira" nas pernas.
Cazuza foi tema de livro (Luiz de Cazuza: entrelaçado entre fazendas) escrito por seu filho José Alves Sobrinho, editado pela Bagaço.
Seu Luiz foi e será sempre lembrado como uma grande homem. Um homem que nunca teve inimigos, segundo dizia. Um homem que nunca levou ou deu um tapa sequer em alguem.
Tocador de sanfona, bom prosador, grande amigo. Cazuza se foi mais deixou seu legado.
Luiz Alves de Barros o Luiz de Cazuza (sobrinho do lendário Zé Saturnino, amigo de infância de Virgulino e posteriormente seu maior inimigo) morreu hoje, dia 28 de março de 2011, as 19:30 hs. Será sepultado amanhã na fazenda São Miguel. Luiz tinha 100 anos de idade.

Descanse em paz, grande amigo!

10 comentários:

  1. Pela descrição do poeta da pra notar a grande figura que foi Seu Luiz de Cazuza que Deus o tenha!!!

    Carlos Aires

    ResponderExcluir
  2. Parte da história do nosso Nordeste sofrido e do Brasil!!!

    ResponderExcluir
  3. eu sou um grande fã de seu luiz de cazuza , acho ele uma pessoa incrivel, meus sentimentos a familia .

    ResponderExcluir
  4. eu sempre lembrarei de vc luiz de cazuza assisto seus videos em numeras vezes te adimiro pelo seu jeito simplis . que Deus te receba de braços abertos . meus sentimentos a toda familia

    ResponderExcluir
  5. Era um doce de pessoa! Vai fazer muita falta! Paz & Luz. Nunca me esquecerei do Senhor.

    ResponderExcluir
  6. Grande Homem das caatingas!

    ResponderExcluir
  7. Seu Luiz de Cazuza homem honrado que nunca levou um tapa de ninguém e também nunca deu em ninguém. Deus te recebeu em seu Reino. Bem aventurados os pacificadores pois serão chamados filhos de Deus.

    ResponderExcluir
  8. Um comentário tardio, proporcionado pela Internet. Curioso da história do cangaço, que sou, conheci um pouco da vida de Luiz de Cazuza vendo suas entrevista.. O que mais me chamou atenção naquele senhor de pele clara, magro e alto, em comparação a seus conterrâneos, foi o jeito simples e sereno de falar, mas ao mesmo tempo envolvente, Como todo contador de causos, Cazuza tinha o magnetismo de se fazer ouvir com a devida atenção. Era um comunicador nato e talentoso safoneiro, que chamou a atenção de seu conterrâneo e contemporâneo, Lampiao,que certa vez vendo Luiz de Cazuza tocar safona perguntou-lhe: "Onde aprendeste a tocar tão ligeiro assim Luiz?" E foi dessa maneira que o sobrinho de José Saturnino, tido como o maior inimigo do Capitão Virgulino, viveu a vida, sem inimigos, como sempre fez questão de falar. Mas pudera, com aquela prosa boa, fez de amigo até aquele que não o conheceu, como eu.

    ResponderExcluir

Comenta aí: