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O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

terça-feira, 6 de abril de 2010

PROFESSOR, UMA PROFISSÃO HONRADA!

Profissão professorPublicado em 04.04.2010



Inácio Strieder 

Nos primeiros meses de todos os anos há referências frequentes aos professores em toda a mídia. As mais das vezes se noticiam as lutas dos professores por melhores salários, por melhores condições de trabalho, por construção de mais escolas ou por reforma de prédios escolares e de salas de aula, por contratação de mais docentes. Mesmo com estas manifestações o tempo transcorre, geralmente, sem uma sensibilização correspondente dos políticos e da população para com as exigências de um ensino de qualidade para o nosso tempo. No entanto se exige muito dos professores, pois se sabe a importância destes mestres na vida de cada cidadão.
O professor interage diretamente com as novas gerações. E isto faz com que a profissão professor adquira um significado especial em relação a todas as outras profissões. Com seus ensinamentos, os professores preveem, previnem e formam o mundo em construção. O que, em parte, os torna responsáveis pelos bens e pelos males de nossa sociedade. Apesar disto, muitas vezes, se agitam buscando apenas sobreviver, maltratados e desrespeitados. Exige-se deles que vivam ancorados no passado, transmitindo os conhecimentos da humanidade, mergulhados no presente, atualizados em relação aos conhecimentos de nosso tempo, profetizando o futuro, pois as gerações que educam conduzirão a sociedade que vem. A verdade é que muitos pais, e muitos jovens, não têm consciência da importância dos professores, e do esforço que deles se exige.
O professor de hoje sabe que deve ter um pé nos conhecimentos do passado, mas também sabe que a humanidade atual está vivendo num mundo novo, muito diferente do mundo das gerações anteriores. E isto exige do professor que ele não seja apenas repetidor. Exige-se dele, atualização permanente, curiosidade dobrada, leituras e pesquisas. Em todas as áreas da vida há novidades, que os professores não podem ignorar. A medicina de hoje é capaz de transformar nossos corpos, de prolongar nossas vidas, de programar os nascimentos. Tudo mudou: as relações humanas, a sexualidade, o casamento, a família, a relação entre pais e filhos, a compreensão do bem comum, o cuidado com o meio ambiente. O mundo mudou e com ele as crianças e os jovens. E nas salas de aula encontram-se estas crianças e estes jovens transformados. Nesta nova realidade, as religiões se ressentem, a justiça se ressente, a política se ressente, a economia se ressente, e a cultura se ressente. E, e specialmente, o ensino se ressente diante desta geração envolta pela realidade dum novo mundo. Triste é quando o ensino se deixa dominar pela economia, e se transforma num negócio.
Neste mundo novo, a profissão professor exige heroísmo. O professor, em seu dia a dia, deve ser capaz de transmitir conhecimentos, mas também de destruir saberes ultrapassados. O que ainda vale em nossa língua, em nossa cultura, em nossa moral, em nossa religião, em nosso cuidado com o corpo? Em tempo real, o professor ensina coisas do passado, mas com constante visão ao futuro, pois as gerações a que exercita conduzirão o futuro. Para conseguir isto, todo professor deve ser filósofo, amante da sabedoria, pois é extremamente difícil os adultos de hoje interagirem adequadamente com as gerações portadoras de futuro. Neste contexto, os professores, com justiça, esperam que a sociedade lhes dê as condições para cumprirem com as obrigações de sua profissão.

» Inácio Strieder é professor de filosofia

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