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Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cordelista agora, é profissão!!

Senado aprova projeto que regulamenta profissão de repentista
 
Foi aprovado, por unanimidade, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, nesta quarta (25), o projeto  que regulamente a profissão de cantadores e violeiros improvisadores; emboladores e cantadores de coco; poetas repentistas, declamadores e escritores da literatura de cordel que vão passar a integrar o rol de profissionais reconhecidos pela CLT. Através do projeto esses profissionais passam a ter benefícios como o direito à aposentadoria. Com a aprovação da nova lei - que ent ra em vigor na data de sua publicação oficial com a sanção do Presidente da República - depois de séculos de som e suor, os repentistas vão ter o seu trabalho reconhecido e sua arte valorizada.

domingo, 29 de novembro de 2009

Educando em Cordel e o Dia da Consciência Negra




O poeta cordelista Edgar Diniz, no dia 27 de novembro do corrente, concluiu com êxito mais uma etapa do Projeto Educando em Cordel. Desta feita, com o apoio da Fundação Cultural Palmares e o Ministério da Cultura foram realizadas palestras e oficina de Literatura de Cordel na Escola Mario Melo, em Campo Grande, Recife. Na culminância, foram recitados trechos de Litaratura de Cordel confeccionados pelos oficinandos desta escola pública que tem como diretora a mestra Andreza Kione, que, com maestria e competência, coordena aquela instituição.
Alunos do turno tarde e noite aprenderam, com o mestre Edgar Diniz, a arte de fazer poesia e recitar.
Nota-se, com esta iniciativa, uma maior aproximação destes jovens, em sua maioria moradores de comunidades carentes deste tipo de cultura, com a leitura e o gosto pela escrita. Jovens inteligentes e esforçados. Verdadeiros poetas e poetizas, que são descobertos por nós que com tanto zelo fazemos estas oficinas de Cordel.
Na noite do dia 27, tivemos a presença de poetas da UNICORDEL para abrilhantar o evento. Allan Salles com seus acordes mágicos, Raphael Moura, Ismael Gaião, eu (Paulo Moura) e Edgar Diniz derramamos poesias e prosas matutas nas mentes e nos corações dos presentes. Porém brilho maior tiveram os alunos que recitaram versos seus exaltando Zumbi dos Palmares, ícone maior da resistência negra no nosso país.
Estamos, enfim, todos de parabens!
O Educando Em Cordel, projeto piloto que leva cultura para as escolas publicas do nosso Estado, já é uma feliz realidade na vida desses jovens, futuro de nosso país.

Paulo Moura (Poeta Cordelista)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Recital dos poetas da UNICORDEL

Vamos VOTAR no FIM DE FEIRA!!!

FIM DE FEIRA


fim-de-feira5

Gente amiga, o Fim de Feira está participando de um concurso nacional para tocar na Feira Música Brasil 2009, que acontecerá em Recife, no mês de dezembro.
Trata-se de um evento muito importante que deverá movimentar boa parte da cadeia produtiva da música brasileira e internacional. Portanto, é muito importante que consigamos participar da programação.
Para votar é só acessar o link
Logo abaixo da foto do perfil tem um link “Vote Neste Perfil, Edital Feira Musica Brasil”, assim que você apertar, a tela vai escurecer, e vai aparecer uma janela para você digitar as letras para confirmação do voto. Pronto, agora é só apertar em votar, e aguardar o resultado sair da 29 de novembro.
Grande abraço a todos e contamos com vocês.

Programinha Imperdível...


sábado, 21 de novembro de 2009

O III FLIS ENCERROU NESTA SEXTA COM MUITA POESIA E MÚSICA. FOI UM BANHO DE CULTURA EM TODOS

 O texto abaixo mostra como anda a cena cultural nos nossos rincões sertanejos. Um evento marcante realizado pelo poeta e professor Josessandro Andrade, sertaniense orgulhoso  e cehio de grandes idéias. O artigo em pauta faz parte do Blog Tribuna do moxotó (http://www.tribunadomoxoto.com/flis.php), que tem como grande idealizador o professor e poeta  Ezequias Cardoso. Grande figura que desponta naquelas plagas como grande  imcentivador da nossa poesia. 


III - Flis - Festival Literário do Sertão, que aconteceu entre os dias 18 a 20 de novembro de 2009, com o tema: Escola Olavo Bilac - 60 anos de uma usina de letras "... um ninho de “cobras" a se revolver...” Teve como coordenador geral: josessandro andrade; consultor pedagógico: Gilberto Cosme de Farias - Giba; Coordenação pedagógica: Silvana Cordeiro da Silva Carneiro e Marizetti, teve em seu último dia momentos raros de muita música, poesia, teatro, palestras, lançamentos de livros, enfim uma verdadeira aula de cultura. A Prefeita Cleide compareceu em várias oportunidades, participou de alguns eventos e parabenizou pessoalmente a Escola Olavo Bilac e o professor Josessandro Andrade pelo prêmio conquistado. Vejam as imagens que conseguimos registrar desses momentos:
Foram momentos inesquecíveis num verdadeiro banho cultural em todos


III – FLIS ILUMINOU A NOITE DE SERTÂNIA COM MUITA POESIA
Vários poetas compareceram na noite da poesia em homenagem ao poesta José Carneiro na quadra Castelinho Manoel Afonso na última quinta-feira, dia 19

O município de Sertânia premiado em diversas áreas de atuação, viveu na noite do dia 19 de novembro, uma noite iluminada por poesias. Foi a segunda noite do III Festival Literário do Sertão, que dedicou a noite aos poetas, numa homenagem mais que justa ao poeta José Carneiro, pelos seus 60 anos. O evento que aconteceu na quadra Castelinho Manoel Afonso reuniu poetas, cantores,  escritores e diversos artistas, como o poeta nacionalmente conhecido Dedé Monteiro, Asa Branca do Ceará, o cordelista Paulo Moura, o cantor Calu Vital, o cantor e declamador Tiago Patriota, a escritora de contos infantis a sertaniense Vanuza, o escritor Alberto Oliveira, o poeta e professor Luiz, os poeta Expedito Matos, Gabriel, Gilmarques, Edvanildo e o homenageado José Carneiro e na apresentação do evento a comunicadora da Rádio Sertânia FM Tacianna Lopes que com muita competência conduziu com sua voz belíssima o evento. Foi sem dúvida nenhuma uma noite diferente onde se ouviu muitas poesias, em um verdadeiro banho cultural, noite iluminada pelas poesias e cantos dos poetas ali presentes. O III Festival Literário do Sertão segue hoje com a sua programação diversa, com lançamento de livros, apresentações teatrais, stands e lançamento de livros infantis na Escola Jorge de Menezes pela sertaniense Vanuza, a qual reside na cidade do Recife. Para os apreciadores da boa cultura esta esta é a oportunidade para ficar mais rico culturalmente. Compareçam hoje, ultimo dia do FLIS na Escola Olavo Bilac e na Escola Jorge de Menezes. O evento idealizado pelo professor e poeta Josessandro foi premiado nacionalmente ganhando o premio Viva Leitura.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dicas para uma boa leitura






Estudar é o esforço integral de aprender” (Morgan, 1970, p.9)

Antes de mais nada, para se obter sucesso nos estudos, é necessário ser disciplinado. É necessário que o estudante:

Tenha (descubra) tempo para estudar: Organize a vida e por mais sobrecarregada que ela seja, encontre o tempo necessário para o estudo;

Programe a utilização do tempo para o estudo: Elabore uma programação diária, semanal, mensal e, o que é mais importante, cumpra-a;

Prepare e revise as aulas: (Lembre-se de que a aula é o seu momento mais preciso)

A leitura é um processo que envolve algumas habilidades que passam pela:

a)      Identificação das palavras;
b)      Compreensão do texto, sublinhando e destacando as palavras e expressões chaves;
c)      Interpretação do pensamento do autor;
d)      Fixação das idéias;
e)      Reprodução das idéias do autor com as próprias palavras.

A leitura não é simplesmente um deslizar dos olhos pelas letras impressas. Exige movimentos e saltos dos olhos.




REGRAS PARA UMA LEITURA EFICIENTE

a)            Jamais realizar uma leitura de estudo sem um propósito definido;
b)            Reconhecer sempre que cada assunto, cada gênero literário, requer uma velocidade própria de leitura;
c)            Entender o que se lê;
d)            Avaliar o que se lê;
e)            Discutir o que se lê;
f)              Aplicar o que se lê.

TIPOS DE LEITURA

LEITURA PRÉVIA, EXPLORATÓRIA OU DE RECONHECIMENTO:  Trata-se de uma leitura rápida sobre o material bibliográfico que tem por objetivo verificar em que medida a obra interessa à pesquisa.
Examina-se: Folha de Rosto, Os Índices, Lê-se a Introdução e a Conclusão e mesmo as orelhas dos livros.
Com isso se tem uma visão global da obra.


LEITURA SELETIVA: Tem por finalidade selecionar o material que realmente interessa à pesquisa. Para essa leitura, é necessário que o leitor tenha claro em sua mente os objetivos da pesquisa.

LEITURA ANALÍTICA, CRÍTICA OU REFLEXIVA: É feita a partir dos textos selecionados pelas duas leituras anteriores. Tem por finalidade ordenar, esquematizar e resumir as informações mais significativas para a solução do problema da pesquisa.

Em termos práticos, pode-se dizer que uma LEITURA ANALÍTICA segue as seguintes etapas:

a)      Leitura integral da obra para se ter uma visão do todo;
b)      Identificação das palavras-chaves dos parágrafos e das idéias chaves do texto;
c)      Hierarquização das idéias, pela ordem de importância, distinguindo as IDÉIAS PRINCIPAIS das IDÉIAS SECUNDÁRIAS;

LEITURA INTERPRETATIVA: Procura relacionar o pensamento do autor. Essa leitura vai além da leitura analítica, pois o leitor deve fazer ligação com outros conhecimentos. É preciso aqui dizer que a interpretação não pode ser feita a partir apenas de opiniões pessoais. O método e o pequeno conjunto de técnicas práticas aqui expostos prendem-se a um eixo comum: a leitura proveitosa. O estudante que deseja desenvolver-se e mais tarde transformar-se em autêntico trabalhador intelectual, a par da atividade de “estudar para fazer o curso”, tem de se interessar curiosamente por outras fontes de informação que não o livro de texto, habituar-se a ler os autores e suas teorias e, sobretudo, procurar com vontade e persistência respostas aos problemas que ele mesmo levanta. Tem de habituar-se a questionar e verificar por iniciativa própria, para tirar as suas conclusões.

Fonte: http://www.ueg.br/materia/guia-para-uma-boa-leitura

domingo, 15 de novembro de 2009

A Educação no Brasil





Diante do quadro nacional da educação dos jovens através do ensino publico, o movimento literário, onde a literatura de Cordel é levada até as escolas e ensinada aos alunos destas, tem-se mostrado relevante para o processo de aprendizagem e para o incentivo à leitura. Nós que fazemos parte do Projeto Educando em Cordel, temos notado que, em cada instituição onde é levada a oficina de Cordel, os alunos melhoraram em muito os seus desempenhos frente às demais disciplinas, pois, o gosto pela leitura e pela escrita é notado após o contato direto desses alunos com os textos poéticos dos diversos autores que a eles são apresentados. E isso, certamente, nos deixa muito orgulhosos.



Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.


Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros freqüentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país.

Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE mostra um queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola.

Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.

Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. As classes de aceleração também estão dando resultados positivos neste sentido. 
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes.

sábado, 14 de novembro de 2009

A Sina de Um Passarinho (Raphael Moura)

O Poeta Raphael Moura é músico violonista, poeta Cordelista e amante da cultura nordestina. Abaixo, confira uma de suas mais belas poesias!



A sina de um Passarinho

Avistei um passarinho
Na casa do meu parente
Numa gaiola, Sozinho
Com sede, fome, doente
Chorando desconsolado
Pois tinha se separado
Da sua esposa queria
Que deixou no seu Sertão
Seu filho, seu pai, irmão
E um pedaço da vida

Perguntei do seu passado
Me olhou com “ar” de riso
Me falando emocionado:
- Voltar pra casa eu preciso!
Deixei meu filho chorando
Minha mulher Soluçando
Desacordada no chão
Depois que me viu cantando
Como a tivesse chamando
Sendo preso num Alçapão

Meu filho me perguntou
Com os olhos lacrimejando:
- Por que é que o senhor entrou?
O que tava procurando?
Comida para vocês
A fome pegou nós três
Não tinha como arranjar
Alimento nessa hora
E eu acho que eu vou embora
Me prendeu,  quer me levar.

O Homem que me levou
La dentro botou comida
Quando eu entrei, me trancou
Depois daí, minha vida
Perdeu a graça e a verdade
Só por que sinto saudade
Do meu filho e minha amada
Mamãe se não fosse morta
Abriria aquela porta
Deixava ele fazer nada.

Seu moço, aqui sou sozinho
Tenho gaiola e comida
Mas não tem um passarinho
Que tem amor nessa vida
Morando longe de casa
É mesmo que não ter asa
É não saber mais voar
O dia não é mais dia
Não sinto mais alegria
Me leve pro meu lugar

Ontem mesmo eu tive um sonho
No cochilo da tardinha
Meu filho tomando banho
Minha mulher na cozinha
Sorrindo, toda animada
Fazendo uma feijoada
Pro meu sobrinho, o Anu
Meu primo também chegava
E eu quase me embriagava
Oh falta do Pajeú

Aqui mora a solidão
Faz companhia comigo
Aqui, vivo na prisão
Viver feliz não consigo
To pagando uma sentença
Se for por “Obidiênça”
Já era pra’eu ta voando
Mas espero paciente
Sou uma ave valente
Me solto e volto voando

Eu só lhe peço um favor
Que me abra essa portinha
Agradeça ao seu Avô
É cedo, mas à tardinha
Já quero está no Sertão
Cantando para o verão
Transformar em invernada
Ver o rio transbordando
Ver as estrelas brilhando
No palco da madrugada

Fiquei muito emocionado
Ao falar de minha vida
Por que fico indignado
Não tendo mais a guarida
Que eduquei meu filhinho
Que hoje, ta lá, sozinho.
Me esperando aparecer
Se você não me soltar
Pra eu ficar neste Lugar?
Eu acho melhor Morrer!

Raphael Moura

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Relaxando e Glozando com MOTES de Cicero Moraes




GLOSANDO e ROENDO (Paulo Dunga com motes de Cícero Moraes)

Não me importa se você não me quer
De te amar você não vai me impedir
Você pede que eu saia, vou sair
Vou em busca do amor de outra mulher
Mas, repito, se um dia me quiser
Nos seus braços ainda vai me ter
Te amo tanto e você nem quer saber
Que eu sofro demais por te amar
VOCE PODE PEDIR PRA ME AFASTAR
MAS não PODE OBRIGAR-ME A TE ESQUECER



Por diversas cidades viajei
Foram tantas desilusões na vida
Tantas portas que procurei guarida
E em nenhuma das tais eu encontrei
Muitas vezes até me embriaguei
O sofrer por amor foi sempre o tema
O destino mudou o meu esquema
E hoje eu amo somente quem me quer
FOI NOS BRAÇOS DO AMOR DESSA MULHER
QUE VIREI PRISIONEIRO SEM ALGEMA...


Quando estou no meio de muita gente
Meu semblante reluz felicidade
Mas confesso que já senti saudade
De alguém que pra mim hoje é ausente
Quando ela me deixou fiquei doente
Estanquei meu viver e meu sonhar
De tristeza quis até me matar
Mas alguém convenceu-me a não morrer
QUEM ENXERGA MEU RISO PODE CRER
QUE POR DENTRO EU NAO PARO DE CHORAR...


Quando estou bem pertinho do meu amor
Eu não sinto vontade de mais nada
Porque bom é estar com minha amada
Agarrado, sentindo seu calor
Da sua boca provando seu sabor
Que tem gosto melhor do que manjar
Tem um cheiro igual ao de um pomar
De onde brota, das rosas, a mais bela
10 MINUTOS DE AMOR SENDO COM ELA
VALE O RESTO DA VIDA SEM AMAR!!!


Poeta Paulo Moura

terça-feira, 10 de novembro de 2009

o BLOG do CANGAÇO

Aos amigos e parceiros, acessem o blog cariricangaco.blogspot.com
DO nosso amigo Manoel Severo, do Crato. Nele voces vão ver como foi o evento Cariri Cangaço realizado mês passado nas cidades do Cariri, Barbalha, Crato, Missão Velha e Juazeiro. Foi um evento impar onde reuniram-se mais de 70 pesquisadores e escritores do tema Cangaço.
Acesse e confira!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Peleja Virtual



(esta matéria foi veiculada no Diario de Pernambuco este ano. Pra quem ainda não a leu a oportunidade é esta.Pra quem já leu, vale a pena ler de novo!)

Pelejas de versos no espaço virtual
Disputa // Ideia dos duelos poéticos pela internet foi disseminada entre cordelistas com a ajuda da própria rede
Pollyanna Diniz
pollyannadiniz.pe@diariosassociados.com.br

No âmbito das palavras, a briga não é presencial, como entre lutadores que disputam a honra e a integridade física num ringue. No mundo das letras e violas, as pelejas entre poetas não deixam marcas no corpo.

Pernambucano José Honório participou do primeiro embate via web contra Américo Gomes, da Paraíba. Foto: Ines Campelo/DP/D.A Press
Ao contrário, enriquecem culturalmente os que se propõem a participar de uma disputa de versos e rimas. Na tradição da literatura de cordel, as pelejas eram normalmente fictícias - os poetas imaginavam um encontro entre dois personagens para compor o livreto. As disputas entre dois cordelistas "reais", como por contradição, foi possibilitada no espaço virtual. Em 1997, com a internet, um cordelista pernambucano e outro paraibano realizaram o primeiro embate via web de que se tem notícia: A peleja virtual entre José Honório (PE) e Américo Gomes (PB).

"Honório meu camarada/ Se lhe for de bom agrado/ Quero lhe desafiar/ Para cantar lado a lado/ Disputando uma peleja/ Com o meu verbo afiado/ Pelo correio eletrônico/ Vou lhe deixar estirado", escreveu Américo por e-mail. A troca de versos por correspondência eletrônica durou 15 dias. Até hoje, ele e José Honório nunca estiveram frente afrente, mas a idéia das pelejas via internet se disseminou entre os poetas com a ajuda da própria rede.

Foi assim que o publicitário e cordelista Mauro Machado fez a sua primeira peleja virtual contra o poeta Jorge Filó. "Começamos a peleja através de uma lista de e-mails. E é engraçado porque no embate de violeiros, normalmente são usadas características físicas do outro para atiçar a briga. Eu chamei ele de velho nos versos, mas na realidade, ele nem tinha idade para isso", brinca. Depois desta peleja, A grande peleja virtual de Jorge Filó com Mauro Machado, o publicitário ainda duelou com Paulo Moura e com José Honório. "Na peleja com Honório, tivemos um problema no computador e perdemos os versos iniciais, tivemos que recomeçar", complementa Mauro.

Cordelistas cibernéticos investem na provocação
Encontro virtual aproximou os poetas e não impede que os livretos sejam publicados no formato original


O improviso, inerente ao desafio de violeiros e não ao cordel, é mais exercitado virtualmente quando a peleja é feita em tempo real, através do MSN, por exemplo.

Paulo Moura, José Honório, Mauro Machado e Allan Sales (da esquerda para a direita) experimentaram pelejar no MSN com plateia. Foto: Ines Campelo/DP/D.A Press
"Como gosto muito de criar ali, na hora, no improviso mesmo, faço muitas pelejas com pessoas de outros lugares do Brasil. Com alguns deles, decidimos um tema por semana", explica Allan Sales, autor do livreto Mourão perguntado, em parceria com Heleno Alexandre.

"Já fizemos até a experiência de pelejar no MSN com plateia, com algumas pessoas acompanhando a peleja virtualmente", comenta Machado. Na Minipeleja do Cordelista Cibernético com Silvestre Stalonge no MSN Messenger, por exemplo, Mauro e Honório protagonizam o duelo: "Já estou acostumado/ Com essa conversa mole/ Em peleja virtual/ Pode vir poeta a fole/ Pois eu sei que neste espaço/ Comigo ninguém não bole", provoca o cordelista cibernético. Silvestre Stalonge, vulgo Rombo, não deixa por menos: "Poeta não mais enrole/ Com seu versar mixuruco/ Parece um macaco vesgo/ Sem ter prumo no trabuco/ Aliando todo errado/ Parecendo um maluco".

Além do e-mail e do MSN, o orkut e os blogs também têm sido ferramentas utilizadas pelos cordelistas. Paulo Moura é um dos autores de Cicinho Gomes - O poeta do silêncio, obra coletiva feita através do blog www.luizberto.com. "Foi uma homenagem a este poeta, que viveu em Tabira e morreu este ano. Colocaram no blog a notícia da morte dele e acabou virando mote", explica Moura.

As pelejas e os cordeis podem ser realizadas pela internet, até coletivamente, mas a publicação dos livretos - em seu formato tradicional - não é inviabilizada. "Hoje, temos mais facilidade no momento de publicar. Muitos até já fazem isso em casa. Então, mesmo as pelejas virtuais, muitas vezes, fazemos questão de publicar", comenta Paulo Moura.

Novo fôlego com os desafios na internet



Assim como aconteceu com os jornais e com a própria televisão, a popularização da internet foi motivo para que muitos apregoassem o fim do cordel. A jornalista e estudiosa de cultura popular, Maria Alice Amorim, não acredita nessa versão. "Pelo contrário, parece que a internet e as pelejas virtuais deram um fòlego para a literatura de cordel. Eles começaram a se comunicar mais e se sentiram instigados a produzir. A internet, a tecnologia e as suas ferramentas, podem ser uma estratégia de sobrevivência do cordel", explica a jornalista que deve lançar no mês de julho o livro No visgo do improviso ou a peleja virtual entre cibercultura e tradição.

A obra é fruto de uma dissertação de mestrado em que Maria Alice estudou, além das pelejas virtuais, as poéticas do improviso. "As pessoas acham que, porque o cordel é uma poesia de formas mais rígidas, ele tem que estar preso no tempo. Mas a internet é uma ferramente de comunicação que não é incompatível à cultura tradicional", complementa.

Apesar da plataforma de encontro dos cordelistas ser a internet, as formas poéticas são as mesmas dos cordéis tradicionais. "Na prática, combinamos antes de começar o cordel como vamos escrever, se em sextilhas, por exemplo. Mas podemos mudar isso ao longo da peleja, o que normalmente não acontece quando escrevemos o cordel tradicional", explica Mauro Machado, que diz ter incoporado novas formas de escrever, como o "galope à beira-mar", que são dez versos de onze sílabas; e o "quadrão perguntado", quando um dos poetas pergunta e o outro responde o questionamento. "A peleja virtual é um gênero híbrido, de maior complexidade", confirma Maria Alice.

A popularização dos sites e comunidades dedicadas ao cordel não significa, no entanto, que todos que escrevam versos sejam cordelistas. "O principal é a qualidade poética. Caso contrário, é só uma arrumação em forma de versos. É uma expressão poética que, apesar de ter vindo de uma tradição popular, requer sofisticação por conta da métrica, da rima e ainda tem a questão da contagem das sílabas, do ritmo", completa a estudiosa.



Cordel na web

Comunidades do orkut:

Unicordel PE
Cordel cabrunquento
Oficina do cordel
Casa dos amantes do cordel
Desafio de cordel

Blogs e páginas:

http://zehonorio.blogspot.com
http://interpoetica.com
http://nopedaparede.blogspot.com
www.luizberto.com
www.di-versificando.blogspot.com
www.allancordelista.blogspot.com
www.meadiciona.com/unicordel

Uma Crítica Construtiva

Compartilho com vocês mensagem enviada nesta data à organização do CONCURSO DE CORDEL, destinado a jovens estudantes pernambucanos.

Honório

Prezados (as) Editores(as),

A União dos Cordelistas de Pernambuco-UNICORDEL, organização não governamental que congrega cordelistas e admiradores do cordel, parabeniza a Globo Nordeste por realizar a promoção LEITURA ABRE PORTAS, concurso de cordel destinado a estudantes pernambucanos, louvável iniciativa voltada para o estímulo à leitura e à produção textual de crianças e jovens.

A escolha pelo cordel evidencia o reconhecimento pelos organizadores da importância dessa poesia, tanto como elemento formador da identidade do povo nordestino, como ferramenta de comunicação popular.

Esse gênero poético que no Nordeste brasileiro começou a tomar forma no final do século XIX e que se consolidou nas primeiras décadas do século XX, é reconhecidamente uma das mais genuínas expressões da nossa cultura popular, sendo objeto de infinitos estudos por pesquisadores do país e do estrangeiro, seja pelo aspecto literário, quanto pela abrangência histórica ou sociológica.

Em que pese a expressão “cordel” já fazer parte do imaginário do povo nordestino, temos visto que o público leigo, principalmente o das novas gerações, nem sempre tem consciência dos aspectos formais que devem estar presentes no cordel, conforme já canonizado pela tradição e referenciado por estudiosos e poetas que se dedicam a esse gênero poético. Ou seja, para ser verdadeiramente um cordel o texto poético deve atender a regras básicas no que se refere aos tipos de estrofes que devem ser utilizados, ao tamanho dos versos (métrica) e ao esquema de rimas. A título de esclarecimentos, indicamos a leitura do artigo Métricas do Cordel, escrito pelo poeta cordelista Gonçalo Ferreira da Silva, presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel-ABLC, disponível no endereço abaixo:
http://www.gargantadaserpente.com/artigos/goncalo_ferreira.shtml.

Em vista disso, preocupou-nos ver que, conforme item 4.3 do regulamento, “serão consideradas a adequação ao tema e ao roteiro do vídeo, a originalidade e a qualidade em termos gramaticais, de estilo, rima e vocabulário”, levando-nos a entender que os outros elementos básicos citados no final do parágrafo anterior (tipo de estrofe, métrica e esquema de rimas) não seriam levados em consideração. Nossa preocupação aumenta à medida que se vê que, quanto à composição da comissão julgadora, a ser formada por “parceiros, clientes, fornecedores e empregados e/ou contratados da Rede Globo Nordeste”, conforme item 4.3.1, nada é dito quanto à exigência dos jurados serem detentores dos conhecimentos necessários à análise quanto ao atendimento aos critérios técnicos que devem estar presentes no cordel. Tememos que uma avaliação exclusivamente subjetiva leve à premiação de um texto, que, embora válido como poema, não atenda aos padrões formais exigidos para que o mesmo pudesse ser considerado um cordel. Caso ocorrência dessa natureza venha a acontecer, poderá tornar o resultado questionável, expondo o concurso a uma crítica desnecessária por premiar injusta e descabidamente alguém que não tenha feito verdadeiramente um cordel.

Ademais, as próprias estrofes que fazem parte das peças de divulgação podem contribuir para que tal fato aconteça, uma vez que foram construídas sem levar em consideração os aspectos formais do cordel.

Assim, sugerimos que sejam avaliadas as considerações aqui expostas, inclusive, se necessário, mediante consulta a estudiosos e pesquisadores deste tipo de poesia, para validar os argumentos aqui apresentados. Nossa intenção é de contribuir para o êxito da promoção, pois entendemos que essa iniciativa vem aliar-se a todos os que lutam pela valorização e divulgação do cordel como patrimônio imaterial do povo brasileiro, e, por isso mesmo, necessita ser melhor conhecido e apreciado, preservando-o das descaracterizações gratuitas e conservando sua essência.

Por fim, pomo-nos à disposição para colaborar naquilo que nos for possível.

Atenciosamente,

José Honório da Silva
Presidente da União dos Cordelistas de Pernambuco – UNICORDEL

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Cangaço na Literatura de Cordel


O CANGAÇO NA LITERATURA DE CORDEL


A necessidade de se deixar registrados fatos, ‘causos’ e ocorrências, em tempos passados, foi a responsável pela criação de uma literatura de massas, que abrangia todos os temas da região, do país e, até, do mundo. A Literatura de Cordel, com a sua maneira simples de ser compreendida, veio substituir os antigos menestréis na divulgação desses fatos. Era como se fosse um jornal itinerante, escrito em forma de poesia, de aquisição fácil e barata. Segundo o Mestre Câmara Cascudo: “É o romanceiro popular nordestino, em grande parte contido em folhetos impressos e expostos à venda nas feiras e mercados.”
Dos mais variados temas abordados, como as estórias de reis e princesas; dos amores ; dos caçadores; dos desbravadores dos Sertões; das pelejas dos violeiros, os famosos desafios; do misticismo, na figura de Pe. Cícero e Frei Damião, das estórias de animais, como ‘O Pavão Misterioso’, dentre outros, o Mestre Cascudo disse no seu livro “VAQUEIROS E CANTADORES”: “A poesia tradicional sertaneja tem os seus melhores e maiores motivos no ciclo do gado e no ciclo heróico dos cangaceiros.”
O ciclo do gado, também conhecido como a Civilização do Couro no Nordeste brasileiro, compreende as gestas dos bois que se perderam anos e anos nas serras e capoeirões, escapando das buscas dos vaqueiros. Há um exemplo bem próximo daqui, em Caraúbas, quando o poeta Luiz Gonzaga Brasil colocou no papel “A História da Vaca Calçadinha”, na década de 1920, e que a coleção mossoroense fez o seu resgate no nº 02 da sua “Série D” – Cordel.
O ciclo heróico dos cangaceiros, que vem após o ciclo do gado, foi e é, ainda hoje, um dos que têm sido mais divulgados através da Literatura de Cordel. Ainda segundo Cascudo: “os grandes criminosos estão com suas biografias romanceada. Eram todas cantadas como foram os antigos Vilela, João (ou José) do Vale, o Cabeleira, os Guabirabas, ... Jesuíno brilhante, Antônio Silvino, Virgulino Ferreira, o Lampeão. As guerras das velhas famílias inimizadas e ferozes, os Mourões e Feitosas, do Ceará de ontem e os Pereiras e Carvalhos de Vila bela de hoje. Todos esses nomes, Dantas do Teixeira, Melos, passam em seu halo sangrento, na poesia bárbara e evocativa dos saques terríveis e dos corpo-a-corpo heróicos.”
A Literatura de Cordel também veio, segundo pesquisa feita recentemente, transformar os cangaceiros em heróis. O mais antigo documentário conhecido na poesia tradicional brasileira, data do século IX, constante nos trabalhos de Franklin Távora (O Cabeleira), 1876; Sílvio Romero (Cantos Populares), 1897; Pereira da Costa (Folk-lore Pernambucano), adaptado para o teatro em 1965 pelo prof. Silvio Rabelo, é a “Cantiga do Cabeleira”. Grandes nomes da poesia popular colocaram seus trabalhos do papel, citando os inúmeros personagens do Ciclo do Cangaço, como foram:
• Leandro Gomes de Barros, com “A Vida dos Guabirabas”;
• Hugolino Nunes da Costa (do Teixeira-PB), com “Liberato”;
• Francisco das Chagas Baptista e João Martins de Athayde, fizeram “A Canção de Antônio Silvino”;
• João Martins de Athayde, publicou “Vida de Nascimento Grande”;
• O Alferes Francisco Justino de Oliveira Cascudo lembrava de um verso que saiu, por volta de 1895, com o título de “O ABC de Moita Brava”;
• Gustavo Barroso, em seu livro “Ao Som da Viola”, cita “A História do Valente Vilela”;
• Câmara Cascudo, no livro Flor de Romances Trágicos, publicou o “ABC de Jesuíno Brilhante”;
Para marcar a passagem dos 70 anos da Resistência, com o incentivo de dr. Vingt-um Rosado, o escritor Vicente Serejo publicou, em março de 1997, pela Coleção Mossoroense a “Pequena Cantoria de Mário de Andrade e Câmara Cascudo para Lampião e Jararaca”, registrando os estudos dos romanceiros populares.
Inúmeros são os trabalhos apresentados sobre o Cangaço, a história de Lampião, seu tempo, suas lutas, seu reinado têm sido bastante divulgadas na Literatura de Cordel.
A Resistência de Mossoró, contra o ataque de Lampião motivou a publicação de vários folhetos na literatura popular.
José Octávio Pereira de Lima, “A Derrota de Lampião em Mossoró”, publicado ainda em 1927, imagina os preparativos para a arrancada sobre Mossoró:
Lambe os beiços José Leite
De Santana, o Jararaca,
E ronca como um suíno;
Patrão, na voz de atraca,
Eu mato por brincadeira,
Cantando “Mulher Rendeira”,
Encho de ouro a bruaca.

Os versos contam a morte de Colchete e o ferimento que inutilizou Jararaca:
Jararaca não recua,
Bastante afoito e atrevido,
Tenta arrastar seu colega
Mas este já tem morrido!
E enquanto vai desarreá-lo
Um balaço vem prostá-lo
Ficando logo caído.

E termina com um hino de exaltação a Mossoró:
A data 13 de junho
em ouro ficou gravada.
Junto ao 30 de setembro
será uma nova alvorada.
Despontando alvissareira,
sobre a cidade altaneira
nobre, santa, imaculada.

João Martins de Athayde, in Entrada de Lampião em Mossoró, (Recife, 26/08/1927), fixa também Jararaca:
Nisto deram-lhe outro tiro
Pôs Jararaca no chão,
Bandido de confiança,
Do grupo de Lampião;
Quando ele foi encontrado
Estava assim recostado
Bem perto da Estação.

Colchete levou um tiro
Porém não ficou mortal.
Caiu assim na calçada,
Junto ao muro do quintal,
Chegou um rapaz ligeiro,
Arrastou o cangaceiro,
Matando com um punhal.

Mariano Ranchinho, n’O Assalto de Lampião a Mossoró onde foi Derrotado, conta que:
No dia 13 de junho
Quando a chuva no sertão
Caia forte alagando
As grutas do sovacão.
Em busca de mossoró,
Caminhava Lampião.

Raimundo Alves de Oliveiras, mossoroense radicado no Acre-RO, desde 1943, escreveu A Entrada de Lampião em Mossoró em 1927, trabalho publicado em 1972, dando ênfase na defesa, dizendo:
Surgiu uma bala da torre
da Igreja de São Vicente.
Abrindo na nuca de Colchete
um buraco excelente.
Deixando ali estirado
o cangaceiro valente.

Jararaca fez careta
dizendo: - Parece mentira.
Aqui nesta cidade
até os santos atira.
São Vicente quer ser santo
mas pra matar é bom na mira.

Luiz Campos, pelo Projeto Chico Traíra, nº 08, FJA, em 1995 publicou “A Cidade de Quatro Torres”, no qual cita a resposta do cel. Rodolfo Fernandes:
Seu Virgulino Ferreira,
se está a precisar,
desses 400 contos
posso até arranjar.
mas não mande portador,
que só entrego ao senhor,
se acaso vier buscar

Lampião esse correu
na noite do mesmo dia.
Em busca do Ceará
e aos companheiros dizia:
- Viram que povo valente?
Só não atirou São Vicente,
mas ainda fez pontaria.

Concriz, em “Jararaca arrependido porque matou um menino”, (Mossoró, 1982), conclui o seu trabalho da seguinte forma:
Dizem que o cangaceiro,
valentão e corajoso,
se arrependeu e foi salvo
por Jesus, pai generoso.
Mossoró guarda um mistério,
porque no seu Cemitério
Jararaca é milagroso.

Veríssimo de Melo, publicou o ensaio “O Ataque de Lampião a Mossoró Através do Romanceiro Popular”, Natal, 1953; reeditado pela Coleção Mossoroense, sob a série “B”, nº 397, 4ª edição, Mossoró, 1983.

Zé Saldanha, também pelo Projeto Chico Traíra, publicou “O Sertão e seus Cangaceiros”, (Natal, 1995). Falando de Lampião ele cita a Resistência e a coragem de Rodolfo Fernandes e seus amigos:
Porém o Cel. Rodolfo
botou terra no seu plano.
Reforçou o Mossoró,
como um herói veterano.
Se Lampião não corresse,
tinha entrado pelo cano.

E termina louvando a cidade nos seguintes termos:
Parabéns a Mossoró,
a capital do Oeste.
Que enfrentou Lampião,
com os seus cabras da peste.
E foi a maior derrota
que ele sofreu no Nordeste.

CORDEL – Corda muito delgada, cordão, barbante.
LITERATURA DE CORDEL – Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos, em prosa e verso, e colocá-los à venda pendurado num cordão ou barbante.
Mossoró, 10 de junho de 1997.


(*)Kidelmir Dantas - Pesquisador, sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP. Agrônomo e Técnico da PETROBRAS é de Nova Floresta – PB.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

pe360graus lança concurso cultural Leitura Abre Portas


Diversão / Literatura
Quinta - 29/10/09 16h28, atualizado em 29/10/09 15h30
pe360graus lança concurso cultural Leitura Abre Portas
Autor do melhor cordel com o tema irá ganhar um notebook e a história vai aparecer na TV
Da Redação do pe360graus.com


Incentivar a leitura e o interesse pela cultura pernambucana entre as crianças e jovens. Esse é o objetivo principal do concurso cultural Leitura abre portas, promovido pelo portal pe360graus e pela Globo Nordeste, com apoio da Secretaria de Educação do Governo do Estado de Pernambuco.

O concurso é simples. Para participar, basta deixar sua imaginação tomar conta e preparar um texto com o tema Leitura abre portas e cadastrar no site www.pe360graus.com/leitura. A história deve ser escrita no estilo da literatura de cordel. A participação é exclusiva para os jovens leitores de até 17 anos. O autor do melhor cordel ganha um notebook e a oportunidade de ter a sua história em um comercial da TV Globo Nordeste.

O site oferece várias ferramentas para o autor personalizar o cordel do seu jeito, trocando as cores e os desenhos que vão compor a capa do seu livreto. Depois do cadastro, os textos são moderados por uma comissão e, por fim, são publicados no site, num grande varal virtual e colaborativo, onde todo mundo poderá ler os cordéis publicados.

O último dia para cadastro dos textos é 17 de novembro. Então não perca tempo, escreva um cordel bem bonito e interessante e publique no site. E se você conhece alguém que goste de leitura, divulgue o endereço do site e convide para participar!

domingo, 1 de novembro de 2009

CORDEL: Preserve o Meio Ambiente





Preserve o Meio Ambiente
e Salve o Nosso Planeta
(Paulo Moura)

O animal bicho homem
Desde a sua criação
A cada passo que dá
Na sua evolução
Maltrata o seu planeta
Agindo como um cometa
Provoca destruição

Não age com a razão
Destrói a sua morada
Desmata, arraza, polui
De forma desordenada
Despreza a ecologia
No campo da economia
Só visa o lucro e mais nada

Tem gente preocupada
Com o que pode acontecer
Por isso é importante
Alguns conceitos rever
Então pare alguns momentos
E leia os dez mandamentos
Para a lei do bem viver

Racionalizar é ter
A certeza verdadeira
De que o vaso sanitário
Ou uma simples torneira
Com defeito ou aberta
É prejuízo na certa
Pra uma nação inteira

Pois é coisa corriqueira
Tomar banhos demorados
10 minutos no chuveiro
100 litros lá são usados
Se 1000 pessoas tomarem
Seus banhos e demorarem
100 mil litros são gastados

E não fiquem assustados
Com o que agora vou dizer:
O lixo que é jogado
Sem a seleção fazer
Trará contaminação
E toda a população
Do mundo vai perecer

Pra viver com mais prazer
Preservar o bem estar
Deixe o carro na garagem
E comece a caminhar
Com essa simples ação
Reduz a poluição
E melhora nosso ar

E é sempre bom desligar
As luzes quando sair
De um comodo pra outro
Assim vai contribuir
Com a racionalização
Pois combate o apagão
E o gasto vai reduzir

E não é muito pedir
Para cada brasileiro
Plantar uma arvorezinha
No quintal ou no terreiro
Essas pequenas ações
Transformaram em milhões
De árvores no mundo inteiro

Aqui ou no estrangeiro
Tenha sempre consciência
Só consuma ou só compre
O que tiver procedência
Use papéis reciclados
Assim serão desmatados
Numa bem menor freqüência

A principal conseqüência
Da poluição sonora
É o acumulo dos carros
Que no transito demora
Aprenda isso e ensine
Se engarrafar, não buzine
Espere a sua hora

O que eu vou dizer agora
Você pode não saber
Mas o animal selvagem
Nunca mata por prazer
Por isso vive tranqüilo
Porque só mata aquilo
Que precisa pra comer

O que se pode fazer
Pra melhorar o ambiente
É viver em harmonia
E em tudo ser consciente
Diminuir a pobreza
Não ostentando riqueza
Já ajuda muita gente

Separe e dê de presente
Livros velhos ou usados
Sapatos que não lhe servem
Não devem ficar guardados
Se não quer mais a camisa
Dê pra alguem que precisa
Pois estão necessitados

Que esses aprendizados
Lhe toquem o coração
E que todo mundo aprenda
Essa importante lição
Preserve o meio ambiente
Pois o mundo está doente
E precisa de atenção

FUNESO PROMOVE CULTURA com a QUINTA CULTURAL




Um dos eventos que tiveram a maior aceitação dos alunos da FUNESO foi a QUINTA CULTURAL promovido pelas alunas da Funeso,Lin e Baby.
A Quinta Cultural é um evento que acontece na Fundação de Ensino Superior de Olinda sempre nas terceiras quintas-feiras de cada mês!

O evento, idealizado pela profª Eva e as alunas de História Lynn e Babi, visa promover a cultura na faculdade e incentivar os múltiplos talentos dos alunos.

Na Quinta Cultural rola recital de poesia, cordel, música, teatro, dança, exposição de pinturas e fotografias, palestras e workshops de temas afins.
Na foto acima, Eu e o poeta Edgar Diniz em nossas performances poéticas cordelísticas.