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O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

RIMA NOS PAMPAS


Caderno 3 - Diario do Nordeste, 29 de outubro de 2010

Cordelista e ilustrador nordestinos lançam folhetos amanhã, na 56º Feira do Livro de Porto Alegre. As obras são baseadas no clássico "Contos Gauchescos", de Simões Lopes Neto


A partir de amanhã, Porto Alegre ganha sotaque mais nordestino. Pelo menos no Centro Histórico da cidade, onde acontece a 56º Feira do Livro da capital gaúcha, maior evento do tipo a céu aberto das Américas. Iniciada ontem, a Feira conta este ano com a presença do cordelista cearense Arievaldo Viana e o ilustrador pernambucano Jô Oliveira, que lançam neste sábado dois folhetos baseados na obra do folclorista gaúcho Simões Lopes Neto.

As duas obras são "300 Onças" e "Melancia - Coco Verde" (Editora Corag), ambos adaptados do célebre livro "Contos Gauchescos" (1912), uma coletânea de 19 contos de Lopes Neto, narrados pelo personagem vaqueiro Blau Nunes. O primeiro conta a aflição de um tropeiro que pensa ter perdido grande quantidade de ouro que o patrão lhe confiara para compra de gado.

Já o segundo, de autoria do paraibano José Camelo de Melo e reconstruído por Lopes Neto em "Contos Gauchescos", relata uma história de amor proibida, em que o rapaz e a moça acertam de trocar mensagens sob os codinomes de "melancia", para ela, e "coco verde", para ele.

"Jô sempre teve um bom contato com a Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), e eu sempre admirei os contos de Lopes Neto, e tinha vontade de fazer a adaptação. Então nos juntamos para fazer o projeto", explica Viana. "Posteriormente, a ideia é fazer um livro que reúna mais contos do autor, com a participação de outros escritores".

Além do lançamento dos folhetos, Viana e Oliveira realizam palestras e visitas a escolas da rede pública para difundir o uso da poesia popular como ferramenta paradidática.

Registro em som

Paralelamente ao lançamento de "300 Onças" e "Melancia - Coco verde" (cada um com tiragem de 10 mil exemplares), Arievaldo Viana participa ainda do projeto Grava Livro Aí, outro destaque da programação da Feira, que consiste na gravação de um CD no qual 10 escritores de literatura infantil e juvenil contam histórias de seus livros.

As narrativas serão gravadas no Estúdio MóvelGravaêh, que funciona em um ônibus da ONG Cirandar. Equipado com alta tecnologia digital, o veículo roda o Rio Grande do Sul gravando músicos de diferentes estilos.

Na Feira do Livro, o Gravaêh estará promovendo a literatura por meio da gravação de histórias lidas pelos escritores e de mediações de leituras realizadas pelos voluntários do Instituto C&A, que acontecerão no entorno do ônibus. Nesta primeira edição do projeto, Viana vai ler os textos de "Pavão Misterioso" (sua versão, em parceria com Jô Oliveira) e "Bicho Folharal", lançados pela editora Imeph, de Fortaleza.

ADRIANA MARTINS
REPÓRTER


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UM ENCONTRO ENTRE O RIO GRANDE DO SUL E O NORDESTE

Um encontro entre o Rio Grande do Sul e o Nordeste
30 de outubro de 2010 (Fonte: BLOG DO LEITOR - 56ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE)

Originária do Nordeste brasileiro, a literatura de cordel invade a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre na forma de contos do escritor gaúcho Simões Lopes Neto. O evento Conversando sobre cordel e causos gaúchos reuniu, na Arena das Histórias, o ilustrador pernambucano Jô Oliveira, o poeta cearense Arievaldo Viana, o chargista gaúcho Santiago, o poeta Luiz Coronel e o patrono Paixão Côrtes.

- A literatura de cordel que representa o sentimento do nordestino agora atinge o linguajar do Rio Grande do Sul, declarou Paixão Côrtes, fazendo referência aos dois contos gauchescos de Simões Lopes Neto (Melancia e Coco Verde e 300 Onças) adaptados para o cordel.

Um dos realizadores deste trabalho, Arievaldo Viana, lembrou da admiração pelo escritor gaúcho e ainda proferiu contos e causos oriundos do Ceará, adotando a linguagem característica do sertão. Jô Oliveira admitiu que a ideia de trazer a literatura de cordel para o Rio Grande do Sul já era antiga:
- As obras de Simões Lopes Neto representavam um sentimento de que precisávamos fazer essa aproximação.

Jô Oliveira, Arievaldo Viana, Luiz Coronel, Paixão Côrtes e Santiago
Santiago acredita que o escritor soube adaptar o linguajar do gaúcho “sem assassinar a língua portuguesa. Paixão Côrtes conclamou o início de seus trabalhos de pesquisa nos anos 40, os quais revelam que as únicas imagens que o gaúcho representava a si próprio tinham raízes nos caubóis americanos. O poeta Luiz Coronel ressaltou a importância da obra popular:

- Não há grande obra que não tenha passado pela esfera popular. E isso tem muito a ver com o povo gaúcho, representado na figura do patrono deste ano. Em 2010, a Feira se mirou no espelho e viu que tinha um bigode bonito.

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