Quem Somos

Minha foto
Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O CORDEL COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO (por: Paulo Moura)




O cordel e a poesia popular de um modo geral, serviram, num tempo onde a deficiência de comunicação e a alta taxa de analfabetismo no nordeste eram, talvez, as maiores no Brasil. Isso explica, por exemplo, o porque deste veiculo informativo e cultural ter dacaido tanto nas ultimas décadas com o advento da TV, do telefone, do computador (com a internet) e, num outro parâmetro, das aberturas e ampliação das estradas, facilitando a circulação de informação e opiniões, trazendo, enfim, um naco de progresso para um povo outrora (ou ainda, vá lá!) esquecido. De um modo geral a evolução fez o cordel decair naquele ambiente e naquelas décadas porque as novidades do mundo moderno sufocaram-no.
E eis que, literatura de cordel virou coisa antiquada. Hoje ela parece renascer a cada momento por causa da insistência de poetas, escritores, pesquisadores, etc. Que insistem em mostrar sua importância. E, notem, que a literatura de cordel é uma herança cultural tão rica que até no exterior a mesma ja foi fruto de pesquisa e ainda hoje é estudada (a exemplo da fundação Raimond Cantel, na França).

SERTANEJO: UM POETA EM POTENCIAL

Como haviamos mencionado anteriormente, o nordestino e o sertanejo em especial, carrega uma herança muito rica de musicalidade e oralidade levando-se em consideração a miscigenação destas três raças que basicamente foram os pilares da formação do povo nordestino: O Negro, O Índio e o Branco.
No Sertão, ainda hoje as pessoas têm esse jeito especial no falar. A musicalidade. Qualquer acontecimento diferente ou que fugisse do convencional era motivo para se divulgar em forma de cantiga.
O homem do campo, dentro de suas limitações e de suas condições de vivência intimamente ligada com a natureza fez-se parte dela. Louva-a a cada acordar. Ama o orvalho. A chuva. O gado com seu mugido triste e poético. As serras cachimbando ao amanhecer. O sertanejo, romantico que é, valoriza cada momento de sua vida sofrida, cantando até mesno seu sofrimento. Quem já nao teve o prazer de desfrutar o belo som de um aboio? Note-se que até a missa do vaqueiro, uma das maiores heranças que vem unir folclore e misticismo no nordeste, é quase toda cantada, a exemplo das missas que eram realizadas em latim, com uma peculiaridade impar: a reza na missa do vaqueiro traz o Senhor Jesus e o Divino para junto do povo. E o povo assim o identifica (Jesus, meu Jesus sertanejo...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comenta aí: