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O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A LETRA E A VOZ

A Letra e a Voz celebra Carrero  
Publicado em 26.08.2010 no JC
 
Escritor participa de uma conversa com o público sobre o Prêmio São Paulo e autografa a fotobiografia literária A fragmentação do humano

O Festival A Letra e a Voz comemora hoje o Prêmio São Paulo de Literatura (o maior do País) que o romance Minha alma é irmã de Deus, de Raimundo Carrero, recebeu mês passado. O escritor conversa com o crítico Cristhiano Aguiar, às 19h, no auditório da Livraria Cultura sobre os caminhos por onde passa a sua literatura. Com essa obra vitoriosa, o autor completou aquilo que ele chama de “quarteto áspero”, formado ainda por Maçã agreste, Somos pedras que se consomem e O amor não tem bons sentimentos.
Numa conversa com o JC, na ocasião de lançamento do romance, ano passado, ele declarou: “Desde o momento em que criei Maçã agreste, o primeiro livro da tetralogia, percebi que estava diante de personagens fortes que pediam mais de mim e que se enquadravam bem no meu longo projeto de romance. Com esse projeto do Quarteto áspero, decidi demonstrar que o universo de um romancista é tão amplo que pode fazer os personagens circularem dentro de vários romances sem que seja o mesmo. E que, sobretudo, há um escritor e vários escritores. Um estilo para cada livro e um estilo para cada personagem e personagens que são múltiplos de personagens.”

O projeto do Quarteto áspero, inclusive, apontou como unificar a obra do escritor que já ultrapassa as três décadas de intensa produção. Embora cronologicamente distantes, seus romances guardam semelhanças entre personagens e situações, mesmo quando os nomes são trocados. “Isso acontece durante uma viagem do Sertão até a capital, por exemplo. Dali aparecem personagens do tipo Mariana, de As sementes do sol, ou o próprio Absalão, do mesmo livro. Absalão pode se transformar em Leonardo, atormentado pela religião e pela carne, assim como Mariana está contida em Camila (protagonista de Minha alma é irmã de Deus), pela doçura e pelo amor religioso, meigo. Basta ler direitinho. Sinfonia para vagabundos e Viagem no ventre da baleia são apenas variantes”, explicou o autor.

Durante a homenagem a Carrero haverá sessão de autógrafos da sua fotobiografia A fragmentação do humano, organizada pelo jornalista Marcelo Pereira (editor do Caderno C), que também participa da conversa.
Uma das ramificações mais populares da literatura latino-americana (ainda que não no Brasil) será discutida hoje durante o A Letra e a Voz. O jornalista Astier Basílio conversa com o escritor Braulio Tavares sobre o tema Realismo mágico e álgebra mágica. O debate será no auditório da Livraria Cultura, às 15h. Às 16h30 o espaço recebe o debate A ponte das histórias, entre Hilton Lacerda e Ângela Pristhon (UFPE). Às 18h, acontece o lançamento de Contos obscuros de Edgar Allan Poe, organizado por Bráulio Tavares.

Encerrado os debates na Livraria Cultura, hora de migrar para a Rua da Moeda, que este ano virou o QG do A Letra e a Voz. Será o lançamento da nova edição da revista Eita!, projeto de cultura e com design fetichista que o Departamento de Editoração lança ao longo do ano. Essa nova edição traz textos sobre literatura, arquitetura e artes plásticas. Para marcar o lançamento, haverá um recital especial do grupo Urros Masculinos. A apresentação se chama Terrorismo semiótico e nela os escritores não lerão textos seus. “É a primeira vez que isso acontece”, esclarece Wellington de Melo, um dos integrantes do grupo, ao lado de Artur Rogério e Bruno Piffardini.

POLÊMICA

Na terça à noite, o auditório da Livraria Cultura recebeu a escritora Elvira Vigna, que lançou este ano o elogiado romance Nada a dizer. Em conversa com o jornalista Schneider Carpeggiani, a autora falou que não entende o que seja a traição que norteia a trama da sua obra: “Eu sempre estive em casamentos longos e monogâmicos. Hoje em dia você pode ter quantos homens e quantas mulheres quiser. Não é preciso mais fingir, então a monogamia é uma escolha. Por tudo isso, não entendo a traição.” A escritora falou também da experiência de ser editada pela Companhia das Letras. “É algo como morar num prédio na Avenida Boa Viagem, mas morar num apartamento com vista para os fundos”, ironizou.

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