Recebi, hoje à noitinha
Numa surpresa da peste
Um livrinho azul celeste
Que só coisa boa tinha
Com versos lá da "terrinha"
Onde brota o marmeleiro
Onde à sombra do umbuzeiro
O vate escreve obras primas
"Meu quarto baú de rimas"
Do mestre Dedé Monteiro!
Meu filho falou contente:
- Papai, trouxe pro senhor!
Leia logo, por favor,
O que lhe dou de presente!
Abri o livro contente
Que nem pôico no lameiro
Confesso, já li inteiro
Os sonetos de auto estimas
"Meu quarto baú de rimas"
Do mestre Dedé Monteiro!
Obrigado Mestre Dedé...
Por esse grande presente!
Quem Somos
- www.educarcomcordel.blogspot.com
- Recife, Pernambuco, Brazil
- O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).
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É poeta,muito legal seu blog parabéns!!! vai aí uma pitadinha de sertão nesse poema de minha autoria. Carlos Aires
ResponderExcluirSOU IMAGEM DO SERTÃO!!!
Moço olhe esse meu jeito
De matuto grosseirão
Me observando direito
Vê a imagem do sertão
Na minha pele tostada
Na minha mão calejada
No meu jeito de falar
Eu trago a cara do mato
Sou o perfeito retrato
Das coisas do meu lugar!!
Carrego o jeito rasteiro
Das ramas do pé de umbu
Sou o espinho de facheiro
A flor do mandacaru
Eu sou o pé de jurema
O grito da seriema
O canto do sabiá
Sou raposa traiçoeira
Correndo na capoeira
Pra ver se pega um preá
Eu sou os olhos que chora
O clamor da seca ingrata
Assovio de caipora
Lá nos aceiros da mata
Sou a casca de umburana
Sou o mel da italiana
Que a abelha tira da flor
Sou o canário gabola
Que preso numa gaiola
Canta seu canto de dor
Sou a piaba faminta
Que se ferrou no anzol
Eu sou a lavoura extinta
Com a quentura do sol
Sou a coruja agourenta
Sou acauã que lamenta
Com seu grito de tristeza
Eu sou o leito do rio
Completamente vazio
Sem água pra correnteza
Sou o carcará malvado
Que sobrevoa a baixada
Sou o mocó assombrado
Sou a caatinga pelada
Sem ter sombra água ou pasto
Sou o campo seco e vasto
Onde o boi sai procurando
Comida pra seu sustento
Sem conseguir seu intento
Cai e morre ali penando
Sou a fé do sertanejo
Que nunca perde a esperança
Sou a tristeza que vejo
No olhar de uma criança
Sou o pai que sente mágoa
Sou o barreiro sem água
Sou a panela emborcada
Sou a barriga vazia
Roncando e dando agonia
Por não ter comido nada
Sou a abelha Cupira
Que no cupim faz morada
Sou folha de macambira
Espinhenta avermelhada
Sou ramo de catingueira
Espinho de quixabeira
Sou fibra de caroá
A água tão cobiçada
Que se encontra acumulada
Nas folhas do gravatá
Sou a nuvem carregada
Que traz chuva e alegria
O frio da madrugada
A alvorada do dia
Com os seus raios de ouro
Sou forte tal qual um touro
Eu sou tudo isso moço!!
Crente e temente a Jesus.
Assim como “ZÉ DA LUZ”
Sou “Sertão em carne e osso”!!!
Carlos Aires
18/01/2011
Meu caro poeta Paulo Moura obrigado por ter publicado meu singelo poema sertanejo. Veja aí o que penso sobre o cordel na escola!!
ResponderExcluirO CORDEL NA ESCOLA!!!
Cordel na escola é a arte
Em plena desenvoltura
Está fazendo sua parte
Dentro da literatura
Tentando desenvolver
Para o aluno aprender
O valor dessa cultura
Tendo apoio e estrutura
O poeta cordelista
De maneira bem segura
Com o seu ponto de vista
E os alunos dedicados
Mostram-se interessados
No trabalho desse artista
O professor otimista
Leva o cordel pra escola
E sendo um idealista
Com seu talento controla
E faz seu ensinamento
Mostrando o conhecimento
Do cantador de viola
A poesia é a mola
Que alavanca o crescimento
A baliza que bitola
A trilha do crescimento
Traduz com rima e com métrica
Com moral principio e ética
Trazendo melhoramento
Um mestre ativo e atento
Que usa essa teoria
Encontra ensinamento
Pra ciência e geografia
Pra português e gramática
Soluções pra matemática
História e filosofia
E usando a poesia
Como tema especial
Desenvolve e propicia
Favorece e dá moral
Além de entretenimento
Se promover um evento
Por exemplo, um recital
Uma aula cultural
Com alunos e professores
Seria muito legal
Discutir esses valores
Sugerir regras e metas
E debater com os poetas
Os projetos promissores
Assim os declamadores
De maneira objetiva
Seriam os tradutores
Mostrando a cultura viva
Declamando em verso e prosa
Em detalhes sua glosa
Ensina inova e incentiva
E com essa explicativa
A escola cresceria
Descrevendo a narrativa
O poeta, se enaltecia
O cordel se elevava
E juntos assim formava
Uma bela parceria
E assim quem ganharia
Com essa inovação
Era o aluno que assistia
A divertida lição
Desenvolvendo a temática
Recebendo a aula prática
Daria mais atenção
Mas a idéia em questão
Precisa ter mais respeito
E de ampla discussão
Pra ver se encontra um jeito
Onde o nosso cordelista
Seja visto como artista
Sem enfrentar preconceito
Se houver esse respeito
Com o poeta popular
Todos irão ter proveito
Dentro da área escolar
Se isso se desenvolver
Os alunos vão aprender
O que o poeta ensinar
Se o poeta popular
Chegar ser valorizado
E se um dia deixar
De ser marginalizado
Seus valores culturais
Mostrarão seus ideais
Dentro do aprendizado
Se desburocratizado
E sem descriminação
Depois de está infiltrado
Dentro da educação
Mostrará sua figura
E com muita desenvoltura
Dará contribuição
Dei a minha opinião
A idéia está lançada
Se houver repercussão
E se for analisada
Pelo órgão competente
Talvez um dia a semente
Venha a ser germinada
Com a primeira passada
Que dei nessa direção
Comecei a caminhada
Em prol da educação
Se achar que colaborei
Por aqui sempre estarei
A inteira disposição
CARLOS AIRES 18/08/2009
Caro Paulo Moura tenho acompanhado seu Blog e estou encantado com todo o conteúdo, mas dois motivos levam-me a visitar diariamente essa janela que se abre em prol da cultura, é a valorização do cordel e a divulgação das coisas do nosso sertão. Como poeta cordelista e sertanejo deixo aqui os meus aplausos para esse tão conceituado Blog!!! Segue aí um vídeozinho em slides do poema de minha autoria "EXALTANDO O MEU SERTÃO"
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=DKiSEXYlj5o
Obs. Para acessar vários trabalhos sobre o sertão e outros que estão publicados no youtube é só colocar na pesquisa POETACARLOSAIRES obrigado, Carlos Aires.