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Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MEU QUARTO BAÚ DE RIMAS - Por Paulo Moura

Recebi, hoje à noitinha
Numa surpresa da peste
Um livrinho azul celeste
Que só coisa boa tinha
Com versos lá da "terrinha"
Onde brota o marmeleiro
Onde à sombra do umbuzeiro
O vate escreve obras primas
"Meu quarto baú de rimas"
Do mestre Dedé Monteiro!

Meu filho falou contente:
- Papai, trouxe pro senhor!
Leia logo, por favor,
O que lhe dou de presente!
Abri o livro contente
Que nem pôico no lameiro
Confesso, já li inteiro
Os sonetos de auto estimas
"Meu quarto baú de rimas"
Do mestre Dedé Monteiro!

Obrigado Mestre Dedé...
Por esse grande presente!

3 comentários:

  1. É poeta,muito legal seu blog parabéns!!! vai aí uma pitadinha de sertão nesse poema de minha autoria. Carlos Aires

    SOU IMAGEM DO SERTÃO!!!

    Moço olhe esse meu jeito
    De matuto grosseirão
    Me observando direito
    Vê a imagem do sertão
    Na minha pele tostada
    Na minha mão calejada
    No meu jeito de falar
    Eu trago a cara do mato
    Sou o perfeito retrato
    Das coisas do meu lugar!!

    Carrego o jeito rasteiro
    Das ramas do pé de umbu
    Sou o espinho de facheiro
    A flor do mandacaru
    Eu sou o pé de jurema
    O grito da seriema
    O canto do sabiá
    Sou raposa traiçoeira
    Correndo na capoeira
    Pra ver se pega um preá

    Eu sou os olhos que chora
    O clamor da seca ingrata
    Assovio de caipora
    Lá nos aceiros da mata
    Sou a casca de umburana
    Sou o mel da italiana
    Que a abelha tira da flor
    Sou o canário gabola
    Que preso numa gaiola
    Canta seu canto de dor

    Sou a piaba faminta
    Que se ferrou no anzol
    Eu sou a lavoura extinta
    Com a quentura do sol
    Sou a coruja agourenta
    Sou acauã que lamenta
    Com seu grito de tristeza
    Eu sou o leito do rio
    Completamente vazio
    Sem água pra correnteza

    Sou o carcará malvado
    Que sobrevoa a baixada
    Sou o mocó assombrado
    Sou a caatinga pelada
    Sem ter sombra água ou pasto
    Sou o campo seco e vasto
    Onde o boi sai procurando
    Comida pra seu sustento
    Sem conseguir seu intento
    Cai e morre ali penando

    Sou a fé do sertanejo
    Que nunca perde a esperança
    Sou a tristeza que vejo
    No olhar de uma criança
    Sou o pai que sente mágoa
    Sou o barreiro sem água
    Sou a panela emborcada
    Sou a barriga vazia
    Roncando e dando agonia
    Por não ter comido nada

    Sou a abelha Cupira
    Que no cupim faz morada
    Sou folha de macambira
    Espinhenta avermelhada
    Sou ramo de catingueira
    Espinho de quixabeira
    Sou fibra de caroá
    A água tão cobiçada
    Que se encontra acumulada
    Nas folhas do gravatá

    Sou a nuvem carregada
    Que traz chuva e alegria
    O frio da madrugada
    A alvorada do dia
    Com os seus raios de ouro
    Sou forte tal qual um touro
    Eu sou tudo isso moço!!
    Crente e temente a Jesus.
    Assim como “ZÉ DA LUZ”
    Sou “Sertão em carne e osso”!!!

    Carlos Aires
    18/01/2011

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  2. Meu caro poeta Paulo Moura obrigado por ter publicado meu singelo poema sertanejo. Veja aí o que penso sobre o cordel na escola!!


    O CORDEL NA ESCOLA!!!

    Cordel na escola é a arte
    Em plena desenvoltura
    Está fazendo sua parte
    Dentro da literatura
    Tentando desenvolver
    Para o aluno aprender
    O valor dessa cultura

    Tendo apoio e estrutura
    O poeta cordelista
    De maneira bem segura
    Com o seu ponto de vista
    E os alunos dedicados
    Mostram-se interessados
    No trabalho desse artista

    O professor otimista
    Leva o cordel pra escola
    E sendo um idealista
    Com seu talento controla
    E faz seu ensinamento
    Mostrando o conhecimento
    Do cantador de viola

    A poesia é a mola
    Que alavanca o crescimento
    A baliza que bitola
    A trilha do crescimento
    Traduz com rima e com métrica
    Com moral principio e ética
    Trazendo melhoramento

    Um mestre ativo e atento
    Que usa essa teoria
    Encontra ensinamento
    Pra ciência e geografia
    Pra português e gramática
    Soluções pra matemática
    História e filosofia

    E usando a poesia
    Como tema especial
    Desenvolve e propicia
    Favorece e dá moral
    Além de entretenimento
    Se promover um evento
    Por exemplo, um recital

    Uma aula cultural
    Com alunos e professores
    Seria muito legal
    Discutir esses valores
    Sugerir regras e metas
    E debater com os poetas
    Os projetos promissores

    Assim os declamadores
    De maneira objetiva
    Seriam os tradutores
    Mostrando a cultura viva
    Declamando em verso e prosa
    Em detalhes sua glosa
    Ensina inova e incentiva

    E com essa explicativa
    A escola cresceria
    Descrevendo a narrativa
    O poeta, se enaltecia
    O cordel se elevava
    E juntos assim formava
    Uma bela parceria

    E assim quem ganharia
    Com essa inovação
    Era o aluno que assistia
    A divertida lição
    Desenvolvendo a temática
    Recebendo a aula prática
    Daria mais atenção

    Mas a idéia em questão
    Precisa ter mais respeito
    E de ampla discussão
    Pra ver se encontra um jeito
    Onde o nosso cordelista
    Seja visto como artista
    Sem enfrentar preconceito

    Se houver esse respeito
    Com o poeta popular
    Todos irão ter proveito
    Dentro da área escolar
    Se isso se desenvolver
    Os alunos vão aprender
    O que o poeta ensinar

    Se o poeta popular
    Chegar ser valorizado
    E se um dia deixar
    De ser marginalizado
    Seus valores culturais
    Mostrarão seus ideais
    Dentro do aprendizado

    Se desburocratizado
    E sem descriminação
    Depois de está infiltrado
    Dentro da educação
    Mostrará sua figura
    E com muita desenvoltura
    Dará contribuição

    Dei a minha opinião
    A idéia está lançada
    Se houver repercussão
    E se for analisada
    Pelo órgão competente
    Talvez um dia a semente
    Venha a ser germinada

    Com a primeira passada
    Que dei nessa direção
    Comecei a caminhada
    Em prol da educação
    Se achar que colaborei
    Por aqui sempre estarei
    A inteira disposição

    CARLOS AIRES 18/08/2009

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  3. Caro Paulo Moura tenho acompanhado seu Blog e estou encantado com todo o conteúdo, mas dois motivos levam-me a visitar diariamente essa janela que se abre em prol da cultura, é a valorização do cordel e a divulgação das coisas do nosso sertão. Como poeta cordelista e sertanejo deixo aqui os meus aplausos para esse tão conceituado Blog!!! Segue aí um vídeozinho em slides do poema de minha autoria "EXALTANDO O MEU SERTÃO"
    http://www.youtube.com/watch?v=DKiSEXYlj5o

    Obs. Para acessar vários trabalhos sobre o sertão e outros que estão publicados no youtube é só colocar na pesquisa POETACARLOSAIRES obrigado, Carlos Aires.

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