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Recife, Pernambuco, Brazil
O Blog Educar com Cordel é editado pelo poeta e escritor Paulo Moura, Professor de História e Poeta CORDELISTA. Desenvolve o projeto EDUCAR COM CORDEL que visa levar poesia e literatura de cordel para as salas de aula, ensinando como surgiu a Literatura de Cordel, suas origens, seus estilos, suas heranças. O Projeto Educar com Cordel é detentor do Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel do MINC (Ministério da Cultura).

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CARLOS AIRES disse...

Não existe coisa melhor no mundo do que um comentário ou uma crítica construtiva sobre algo que a gente fez ou faz. Imagine se esse comentário vem em verso? Pois é, o poeta Carlos Aires, de quem sou leitor assiduo no site Besta Fubana, me mandou esse comentário em forma de poesia... impossível não postar! Obrigado, meu amigo!!!
SOU IMAGEM DO SERTÃO!!! Moço olhe esse meu jeito De matuto grosseirão Me observando direito Vê a imagem do sertão Na minha pele tostada Na minha mão calejada No meu jeito de falar Eu trago a cara do mato Sou o perfeito retrato Das coisas do meu lugar!! Carrego o jeito rasteiro Das ramas do pé de umbu Sou o espinho de facheiro A flor do mandacaru Eu sou o pé de jurema O grito da seriema O canto do sabiá Sou raposa traiçoeira Correndo na capoeira Pra ver se pega um preá Eu sou os olhos que chora O clamor da seca ingrata Assovio de caipora Lá nos aceiros da mata Sou a casca de umburana Sou o mel da italiana Que a abelha tira da flor Sou o canário gabola Que preso numa gaiola Canta seu canto de dor Sou a piaba faminta Que se ferrou no anzol Eu sou a lavoura extinta Com a quentura do sol Sou a coruja agourenta Sou acauã que lamenta Com seu grito de tristeza Eu sou o leito do rio Completamente vazio Sem água pra correnteza Sou o carcará malvado Que sobrevoa a baixada Sou o mocó assombrado Sou a caatinga pelada Sem ter sombra água ou pasto Sou o campo seco e vasto Onde o boi sai procurando Comida pra seu sustento Sem conseguir seu intento Cai e morre ali penando Sou a fé do sertanejo Que nunca perde a esperança Sou a tristeza que vejo No olhar de uma criança Sou o pai que sente mágoa Sou o barreiro sem água Sou a panela emborcada Sou a barriga vazia Roncando e dando agonia Por não ter comido nada Sou a abelha Cupira Que no cupim faz morada Sou folha de macambira Espinhenta avermelhada Sou ramo de catingueira Espinho de quixabeira Sou fibra de caroá A água tão cobiçada Que se encontra acumulada Nas folhas do gravatá Sou a nuvem carregada Que traz chuva e alegria O frio da madrugada A alvorada do dia Com os seus raios de ouro Sou forte tal qual um touro Eu sou tudo isso moço!! Crente e temente a Jesus. Assim como “ZÉ DA LUZ” Sou “Sertão em carne e osso”!!! Carlos Aires 18/01/2011

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